terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Costa do Castelo!

O Costa do Castelo é um dos meus sítios preferidos. Pequeno e acolhedor, em dias de festa, a transbordar de gente, bebemos o nosso copo na rua, algo que só sabe bem no verão. Mas este bar tem uma magia que só quem o frequenta entende.
Liderado pelo Mario e pela sua simpática esposa Lininha, ambos sempre de sorriso nos lábios, fazem tudo para que os clientes se sintam em casa e passem umas noites bem divertidas.
A primeira vez que lá fui, foi a 24 de Setembro de um ano remoto que já não me lembro, o exito do momento era o Summer Jam e tocava quando lá entrei. Ainda hoje se ouço esta música lembro-me do Costa e daquela noite: um chouriço assado, chilli e duas garrafas de vinho, foi a noite de uma de várias reconciliações.



Este texto descreve exactamente o Costa do Castelo, talvez só mesmo quem lá vai o possa entender:

A rua é tortuosa, mal amanhada, atravessada por ruelas com ar mal disposto batidas pela maresia insistente. Entramos nela abrigados pela noite, dela saímos quase sempre avisados pela madrugada demasiado rápida. Ruas assim têm sempre o seu espaço de redenção. Esta tem o Costa. Cinquenta metros quadrados de grandiosa pequenez, confortável na pele e no coração que tem. Coração de pedra forrada de emoções, muitas noites abençoado pelo milagre da multiplicação do espaço. Os que deixam de entrar são a excepção a uma regra imperiosa: os outros como prazer. É ainda possível extrair prazer do facto de estarmos juntos? No Costa é. O bem que nos sabe lá estar! Aí, como em poucos outros lugares, podemos tomar sempre o nosso contentamento como razão inversa do desperdício do nosso tempo. De facto não é possível perder o que quer que seja no Costa. Lá, saboreamos o langor do tango e a melancolia do fado entre um trago de malte e conversas à solta; lá acreditamos ter comido o melhor caldo verde da nossa vida; lá, juramos amores, conjuramos malandrices e fomos namorados com dia marcado; lá fomos monstros ou bruxas e entoamos dez vezes dez números ao contrário; lá incendiamos balões número cinco e queimamos a língua com castanhas calientes; lá ensaiamos uma dança impossível ao ritmo de sons inesperados. Lá fomos invocados por um sino que não toca sempre duas vezes; lá fomos arredondadamente pontuais ao minuto 52, lá testamos a erudição ao balcão sob o olhar de um galo porteiro; lá inventamos esplanadas espontâneas em noites suadas. Lá…
Abraçado e querido pelos que o vivem, é do Costa que nos lembramos sempre que a alma nos pede aconchego, gozando esse privilégio de durar na memória dos homens e das mulheres que alguma vez lá entraram. Conhecemo-lo assim há dez anos, dois corpos um só espírito, mais atmosfera que substância, diariamente trabalhada com orgulhosa ternura. Paixão.

Só para nós.


E que siga la fiesta!

1 comentário:

Unknown disse...

me sinto lisonjeado com estas palavras,querida patriska,e lininha ainda não viu mas também vai corar...viva o summer,viva o costa e viva tu e pessoas como tu!
a d o r a m o s - t e . . . . . .
beijos para a nossa futura cliente.